vantagens de meditarpor Akrura Bogea

O poder dos pensamentos e qualidades espirituais rompem as barreiras daquilo que chamamos de realidade. Todo ser humano tem algo em comum, e a isso que chamo de algo, é o Criador. Todo ser humano está ligado de uma maneira inseparável com toda a criação. O que nos une é esse núcleo central que aqui denominamos de criador (Inteligência, Fonte, Presença, Deus, Espírito, Alma, Brahma, Vishnu, Shiva, Alá, Tupã, Inominável…) e outros tantos nomes que damos a esse criador, ao longo desses aproximadamente 50 mil anos da nossa existência. Acredito que somos peças do quebra-cabeças a ser montado, de um jogo, ou da sopa cósmica a que chamamos de universo. Portanto, cada ação que acreditamos ser individual, não o é, porque vai afetar o todo, já que somos um manancial de energias vibracionais numa rede de conexões, que criam conjuntamente tudo o que há e até mesmo o que não há, o que ainda está no campo dos sonhos e da imaginação. Assim sendo, tudo o que pensamos causa uma alteração vibracional nesse todo que nos interliga.

Tendemos a crer que somos uma imensa lista de atributos e assim definimos os seres humanos. Somos fascinados por listas, desde os dez mandamentos, até a lista dos supermercados. Devo dizer que não importa muito o tamanho da lista, nem os atributos nela contidos, para definir o ser humano. Não define. A pergunta que não cala permanece: Quem sou Eu? O que significa a minha presença aqui, agora? O que eu quero? O que eu posso? O que eu devo? Quantas interrogações sem respostas. Se conseguíssemos responder a auto indagação “Quem sou eu?” o ponto de interrogação perderia muito da sua importância. Ah se pudéssemos nos permitir mergulhar no nosso centro… entrar em contato com a fonte do amor, da luz, da benevolência, da compaixão que jorram ininterruptamente da nossa fonte criativa… Somos eternos buscadores e construtores de lares fora de nós. Casas grandes, médias, pequenas, simples, sofisticadas, nas cidades para aqueles mais cosmopolitas, no campo, na praia e algumas vezes até nos realocamos em países distantes em busca de nossos lares. Nos juntamos em pequenos núcleos de amigos e familiares, vivemos nossos romances, comédias e dramas, como nos filmes. Criamos nossas estórias. Infelizmente nada disso nos satisfaz, pelo simples fato de que o nosso lar, o nosso verdadeiro lar está dentro de nós. Não há nada nesse mundo que não faça parte da nossa grande família. Não há ninguém que não mereça o nosso amor, já que o nosso Eu verdadeiro ama a tudo e a todos igualmente, quem merece e quem precisa do nosso amor. A reciprocidade é verdadeira, a fonte interior precisa do amor de todos igualmente, o amor, é o combustível que mantém a criação em movimento.

As demandas do mundo são os nossos serviços. No núcleo, no centro, está o nosso verdadeiro lar e é lá, o único onde podemos verdadeiramente descansar. Um Deus verdadeiro não é um elaborador de listas de tarefas muitas vezes tão pesadas que não conseguimos suportá-las. Ele não separa as boas e as más qualidades. Não escreve livros que dão conselhos, que imponham regras, que manipulem, que julguem, absolvam ou punam. Tudo isso somos nós, os humanos, que fazemos. Deus é benevolente podemos decidir se queremos ouvi-lo, procurá-lo, necessitá-lo, implorar por ele, ajoelhar, meditar, orar, pedir, suplicar, se sentir próximo ou distante, nada disso muda o   endereço de Deus.

“O reino dos céus está dentro de vós”, “Eu e meu pai somos um”, disse Jesus. A moradia de Deus está dentro de nós, para ouvi-lo basta fazer silêncio… e tudo o que ele tem para nos dizer é: Seja!

Onde tu és, Eu sou e Onde Eu Sou, tu és. Estamos aqui para bem servir, e ao fazê-lo, somos bem servidos também. Estamos aqui para sermos um mundo de amor, luz, paz, compaixão e benevolência, então sejamos, sejamos a tocha olímpica com essas labaredas de “atributos” espirituais, onde quer que seja, no que quer que façamos.

“Seja quem tu és”, Seja!

Vamos abrir as portas e janelas dos nossos corações, vamos compor os nossos próprios mantras. Quando você diz: “Eu farei tal coisa”, a permissão será dada e a tal coisa será colocada em ação, para ser realizada sem a necessidade de puxar ou empurrar. As coisas naturalmente acontecem. Intencione, coloque em ação e realize. Portanto, fazer um ABC de mantras positivos colocando-os em ação tem um grande poder. Abaixo darei mais uma “lista”, já que gostamos tanto delas, com algumas sugestões, como exemplo de um abecedário de adjetivos positivos. Colha no jardim interior do seu coração a ou as qualidades de que você mais necessita, entoe o seu mantra, coloque-o em ação quando despertar e quando for dormir. Depois de alguns dias de prática, talvez você possa ter uma grata surpresa.

ABC da positividade:

A= Eu sou o amor, alegria, ascendência em ação;

B= Eu sou a benevolência, beleza, bondade em ação;

C= Eu sou a compaixão, coragem, confiança em ação;

D= Eu sou a determinação, divindade, desapego em ação;

E= Eu sou o equilíbrio, entusiasmo, entrega em ação;

F= Eu sou a felicidade, fonte, franquesa em ação;

G= Eu sou a gratidão, generosidade, gentileza em ação;

H= Eu sou a humildade, harmonia, honestidade em ação;

I= Eu sou a iluminação, inteligência, instrumento em ação;

J= Eu sou a Juventude, juventude, justiça em ação;

K= Eu sou o Krishna, em ação

L= Eu sou a luz, leveza, liberdade em ação;

M= Eu sou a meditação, maestria, manifestação em ação;

N= Eu sou a novidade, néctar, nobreza em ação;

O= Eu sou a oportunidade, opulência, organização, em ação;

P= Eu sou a paz, prosperidade, pureza em ação;

Q= Eu sou a quietude, qualidade, querer em ação;

R= Eu sou a realização, respeito, relaxamento em ação;

S= Eu sou a sabedoria, simplicidade, sinceridade em ação;

T= Eu sou o talento, transcendência, tolerância em ação;

U= Eu sou a unicidade, universo, em ação;

V= Eu sou a vitória, verdade, virtude em ação;

Z= Eu sou o zelo, zen em ação;

 

Quando entoamos de forma continuada, por exemplo: “Eu sou o amor em ação”, entramos numa espécie de concentração, que pode nos levar a um estado de meditação. A nossa mente se ocupa com as qualidades positivas que estamos entoando, já que está focada apenas na nossa entoação. O poder da meditação é o silêncio que ela produz, permitindo uma abertura para o mundo interior, para a música divina que toca dentro de nós, para a voz do Supremo em nós. Nesse estado, Deus dirá a você o que quer que você precise saber. Por outro lado essa prática, não deixa de ser uma oração O poder da oração permite-nos acessar o ouvido de Deus. Maravilhoso seria se pudéssemos pedir ao nosso Eu interior, para que nos dissesse o que precisamos saber e nos desse a capacidade para realizar apenas o que temos que fazer. Se pudéssemos rasgar e jogar fora as nossas listas de crenças, do que achamos que precisamos e devemos fazer. Se pudéssemos ignorar as velhas tradições, que insistem em nos dizer que a menos que façamos isso ou aquilo, não iremos agradar a Deus.

Esse breve instante ou sopro de vida, que comparado com a eternidade fica mais e mais curto e mais breve, quanto desse instante desperdiçamos, tentando seguir por caminhos que não são nossos. O nosso caminho é singular, só nós podemos trilhar. O nosso caminho é o caminho de Deus. O caminho de Deus é o nosso caminho. Fazemos parte dele e ele faz parte de nós. Portanto: Seja!

Eu e Deus estamos interligados em unicidade perene. Nada, nem ninguém pode nos desligar ou separar. Segundo a Gênesis, tradição mitológica ou espiritual, da tribo de um Xaman que eu aprecio muito. Nós somos as almas sementes da árvore Divina. Deus se sentia só, e precisava de outros deuses, para interagir com Ele. Ele se fez semente, foi a primeira semente a ser semeada no solo da mãe terra. A mãe gaia engravidou de Deus, que na sua generosidade produziu e disponibilizou seus nutrientes, para que a semente primeira brotasse. Fez-se a chuva, fornecendo água para aplacar a sede daquela que germinava. Nasceu o sol e forneceu sua luz para iluminar a semente e ela brotou. Fez-se o vento sacudindo o frágil broto que germinara para fortalecê-lo. A árvore cresceu, se tornou forte e robusta, com dezenas de galhos, milhares de folhas, centenas de flores que deram origem às abelhas, insetos e borboletas. Nasceram os frutos que deram origem aos pássaros, animais e a novas sementes que se multiplicaram no solo fértil da terra. Estas sementes somos nós, nossas almas, com todos os poderes e atributos da primeira semente, Deus. Não estamos sós. A própria semente divina contou com a ajuda da terra, da chuva, do vento, dos pássaros, das borboletas, das abelhas e outros insetos para se tornar madeira, galhos, folhas, flores, frutos e retornar à semente.

Nós somos do mesmo núcleo familiar daquela primeira semente divina. Todos percorremos nossas trajetórias em relação estreita com o mineral da terra, com o vegetal, com os animais, com o humano, com a criação e com o Criador. Nossa viagem não é linear, é circular, numa espécie de anel multidimensional. Vivemos experiências da semente ao fruto que alimenta. Depois, nos tornamos mais e mais vezes sementes, fecundando o solo terreno. Não há diferença entre o criador e a criatura. São semelhantes, dotados do mesmo poder. Basta acreditar.